quinta-feira, 3 de abril de 2008

A morte do jornal

Retirado do Blog do Renato Cruz, do Estadão.

No próximo dia 12, um sábado, acontece em São Paulo a segunda edição do NewsCamp, desconferência para discutir "temas relacionados a blogs, jornalismo, mídia digital, mídias sociais, sistemas, ciberjornalismo, monetização, impactos da internet na comunicação em todas as esferas, entre diversos outros temas". Estarei lá, infelizmente só à tarde.

O evento começa às 9h no Espaço Gafanhoto. Uma desconferência não tem hierarquia, palestrantes ou debatedores. As pessoas se reúnem e conversam. A Ceila Santos sugeriu que começássemos a desconferência eletronicamente, sugerindo temas para o encontro. Um assunto interessante é a crise do impresso.

A New Yorker (em inglês) da semana passada traz informações interessantes (e assustadoras) sobre a situação dos jornais nos Estados Unidos:

* Os jornais de capital aberto perderam 42% de seu valor de mercado nos últimos três anos.

* Desde 1990, um quarto de todos os empregos em jornais americanos desapareceu.

* Somente 19% dos americanos com idades entre 18 e 34 dão pelo menos uma olhada num jornal diário.

* A idade média do leitor americano de jornal é 55 anos, com tendência a aumentar.

* Nos Simpsons, o garoto encrenqueiro Nelson assiste a um debate com a participação de "Ron Lehar, jornalista impresso do Washington Post", e diz: "Ha Ha! Seu meio está morrendo!"

Um trecho da matéria:

"Poucos acreditam que os jornais em suas versões impressas vão sobreviver. As empresas jornalísticas perdem anunciantes, leitores, valor de mercado e, em alguns casos, seu senso de missão em um ritmo que não seria nem imaginável há quatro anos. Bill Keller, editor executivo do Times, disse recentemente em um discurso em Londres. 'Nos lugares onde editores e publishers circulam, o clima nos dias atuais é funéreo. Os editores perguntam uns aos outros, Como está você?, naquele tom sombrio usado para amigos que acabaram de sair da reabilitação ou de um divórcio tumultuado.' A palestra de Keller apareceu no site de seu patrocinador, o Guardian, sob o título 'Ainda não está morto'."

Um comentário:

Fred Delgado disse...

Porra.. do caralho!

Não crio que algo assim morrerá, mas achar que jornal impresso é o único meio de sustentar é não ter visão de futuro.

Ao meu ver, não tendo a versão impressa, o jornal economiza com materia prima para se confeccionar esse meio, podendo investir em jornais on-line ou jornais tipo Podcast, o usuário pagando assim pelo informação desejada e não pelo jornal inteiro. Pode-se fazer tb revistas semanais ao invés de jornais diários. Fazer algo mais dinâmico e que aguce a percepção dos usuários, tornando assim um meio mais "legal" de ler notícias.