quarta-feira, 30 de abril de 2008

Companheirismo


Minha companheira há 12 anos.
E a palavra é essa mesmo: companheira.

Aprendi com essa gatinha que divide o cotidiano comigo desde meus 10 anos o que significa “ser companheiro”.

Não podemos nos comunicar verbalmente, porém ela sempre está ao meu lado, trazendo um aconchego, mesmo nos momentos em que estou mais arisco.

Eu sei que posso contar com ela e ela sabe que pode contar comigo. De forma natural e espontânea. Às vezes, fico bobo com a confiança que minha felina deposita em mim. Tenho brincadeiras mais brutas, principalmente para uma gata já velhinha como ela. Porém, apenas brincadeiras. E ela, sabendo que não passará disso, que eu não a machucarei, se deixa levar e curte comigo.

Respeitamos o espaço um do outro. Muitas vezes, até nos esquecemos. Mas sempre que nos buscamos, encontro o mesmo afeto de sempre, a mesma receptividade de sempre.

Ser companheiro é estar disposto a ajudar o outro, haja o que houver. E encarar isso não como uma responsabilidade, mas sim como um prazer. Ainda que não haja troca de palavras. E nem é fundamental. Basta estar presente.

Para minha infelicidade, ela é apenas uma gatinha e não poderá me acompanhar por muito mais. Porém, a lição que ela me trouxe será tão eterna quanto a lembrança dos carinhos que trocamos.

Obrigado, minha companheira.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ambiente de trabalho do Google

Retirado de um email que recebi.
Um forte abraço,
Luiz Pedro

Ángel Jiménez de Luis, editor do Gadgetoblog del Diario El Mundo, fez uma visita a oficina do Google en Zurich (Suiça) e regressou com uma série de fotos que despertam a mais terrível inveja de todas.


O tobogã conecta a zona de oficinas do primero andar com a cafeteria e a academia. Para descer e comer não precisa esperar o elevador. Os recém chegados têm que descer por ele para se apresentar à todos, além de usar um ridículo chapéu colorido durante algumas horas.


A cafeteria serve café da manhã, almoço e janta preparados por cozinheiros contratados exclusivamente para o edifício. Tem comida para vegetarianos e como prato principal, um buffet de saladas com comidas feitas com ingredientes frescos do local.


As crianças são bem vindas e não é estranho ver os 'Googlers' indo trabalhar acompanhados de seus mascotes. Não há berçários - embora a empresa toda se pareça com uma quase sempre - mas sim, uma sala especial para trocar os bebês.


A boa comida grátis e os petiscos entre as horas sempre trazem uns 'quilinhos' a mais aos recém chegados que ficam popularmente conhecidos como 'os Os (letra O) do Google'. A academia do piso superior - que também é grátis - é o lugar onde se queimam os 'quilinhos'.



A sala de massagem é quase que um santuário. As poltronas vibradoras são gratuitas. Apenas o serviço de massagens é que são pagos, mas são subsidiados e com valores baixos. A empresa presenteia bônus de massagem ou reservas de horários.



Em cada andar tem ao menos 2 áreas de descanso com comida e bebida - é claro, grátis. Refrescos, sucos e café, muito café, mas também cerais, chocolates, sorvetes, batata fritas, frutas e uma ampla seleção de lanches saudáveis que tentam compensar o excesso de carboidratos.



Cada um administra seu tempo e seu trabalho como quer. Não há horário e nas horas de descansos é permitido jogar uma partida de Guitar Hero (jogo de vídeo game onde os jogadores tocam uma guitarra virtual), sinuca ou um jogo de mesa. Os prazos de entregas e desenvolvimento/ produção, isso sim, tem que ser cumprido.



Esta barra, similar a de uma estação de bombeiros, liga o segundo andar com a sala de jogos. Não precisa esperar o elevador para se divertir um pouco.




O espaço de trabalho é pequeno, mas as áreas de reuniões são muito amplas e temáticas. Esta cabine é de um autêntico teleférico e está situada em um andar decorado com fotos e objetos que lembram uma estação de esquí nos Alpes.





Nessas alturas você deve estar perguntando se no Google realmente se trabalha. Esta é uma área de trabalho convencional. Duas telas (monitores) é o padrão - economiza tempo e aumenta a produtividade - e os lugares são escolhidos livremente. Não é difícil ver os 'Googlers' mudando o lugar de trabalho com freqüencia.





O serviço técnico está em uma área do prédio decorada com ambiente hawaiano. Aqui se pode vir e buscar um cabo ou consertar um problema no seu laptop. As áreas de recreação estão repartidas por todo o prédio para que os 'Googlers' caminhem e se vejam.





As áreas de trabalho são sempre abertas. Para se ter privacidade durante uma conversa no telefone, tem que 'prender' em uma das múltiplas cabinas divididas pelo edifício. Em todas as paredes do prédio existem blocos de anotações, porque nunca se sabe em que momento pode surgir uma boa idéia.





O Salão da Água é uma área de paz e relaxamento no prédio. Há poltronas de massagens e a iluminação é mínima.É o lugar ideal para tirar aquela dormidinha básica após o almoço e descansar um pouco antes de uma reunião.







No entanto, é proibido o uso de celuláres e despertadores. A única atividade possível, além de descansar, é olhar os peixes tropicais nos aquários nas paredes.







As salas de reuniões do prédio têm nomes tirados de séries de TV e filmes famosos. Estes iglús estão na área do Star Wars e são autênticos refúgios que foram utilizados em missões científicas na Antártida.




Google é mais que uma empresa. Os trabalhadores se encontram na sede de forma periódica para realizarem atividades em conjunto e festas. Também não é raro encontrar grupos para praticar esportes desde ciclismo até esqui alpino. Além de tudo, os funcionários têm o famoso 20% de tempo de trabalho onde cada um pode dedicar-se a projetos pessoais e 10% para livre diposição absoluta.




Os trabalhadores passam apenas uma fração de seu tempo na mesa de trabalho. Na maioria das vezes trabalham com o laptop nas áreas de descanso, em pequenos grupos. Isto favorece a criatividade e a sociabilidade.




A biblioteca é uma das salas mais surpreendentes do prédio e a que tem as melhores vistas. Uma área de descanso com uma imensa cozinha e uma chaminé 'virtual'. Toda a mobília é reciclável e foram adquiridas de lojas de segunda mão.

sábado, 26 de abril de 2008

Só para não dizer...

que eu não falei nada! Esse é excelente para deixar no computador da secretária gostosa assim que ela der mole e for tomar um cafezinho! Curto e Grosso!

Amor de Passarinho

Como ninguém posta aqui, vou dominar a área com posts um tanto "diferentes".

Dei uma olhada nesse vídeo e lembrei de uma crônica do Fernando Sabino. Para contextualizar, irei transcrever a descrição que aparecia lá no YouTube.


"Um pássaro que ás vezes aparece na árvore perto de casa,nunca consegui filma-lo por bastante tempo, ele sempre foge..."


Espero que gostem!
Um forte abraço,
Luiz Pedro


AMOR DE PASSARINHO - Fernando Sabino

"Desde que mandei colocar na minha janela uns vasos de gerânio, eles começaram a aparecer. Dependurei ali um bebedouro, desses para beija-flor, mas são de outra espécie os que aparecem todas as manhãs e se fartam de água açucarada, na maior algazarra. Pude observar então que um deles só vem quando os demais já se foram.

Vem todas as manhãs. Sei que é ele e não outro por um pormenor que o distingue dos demais: só tem uma perna. Não é todo dia que costuma aparecer mais de um passarinho com uma perna só.

Este é de uma família designada pelo vulgo por um nome chulo que não lhe faz justiça: caga-sebinho. Segundo o dicionário, trata-se de uma "ave passeriforme de coloração verde-azeitonada em cima e amarela embaixo". Na realidade, é uma graça, o meu passarinho perneta.

Ao pousar, equilibra-se sem dificuldade na única perna, batendo asas e deixando à mostra, em lugar da outra, apenas um cotozinho. É de se ver as suas passarinhices no peitoril da janela, ou a saltitar de galho em galho, entre os gerânios, como se estivesse fazendo bonito para mim. Às vezes se atreve a passar voando pelo meu nariz e vai-se embora pela outra janela.

Outro dia mencionei numa conversa com Otto Lara Resende, pelo telefone, justamente no instante do seu show matinal. Apesar de ter alma de passarinho, o Otto não acreditou em sua existência, preferindo concluir que eu já estivesse bebendo àquela hora da manhã. E passou a formular sugestões chocarreiras, com a de fazermos para ele uma muletinha de pau de fósforo.

Enquanto escrevo, ele acaba de chegar. Paro um pouco e fico a olhá-lo. Acostumado a ser observado por mim, já está perdendo a cerimônia. Finge que não me vê, beberica um pouco a sua aguinha, dá um pulo para lá, outro para cá, esvoaça sobre um gerânio, volta ao bebedouro apoiando-se num galho. Mas agora acaba de chegar outro que, prevalecendo-se da superioridade que lhe conferem as duas pernas, em vez de confraternizar, expulsa o pernetinha a bicadas, e passa a beber da sua água. A um canto da janela, meio jururu, ele fica aguardando os acontecimentos, enquanto eu enxoto o seu atrevido semelhante. Quer dizer que até entre eles predomina a lei do mais forte! De novo senhor absoluto da janela, meu amiguinho volta a bebericar e depois vai embora, não sem me fazer uma reverência de agradecimento.

Não tenho a pretensão de entender de passarinhos – assunto de competência de Rubem Braga, o sabiá da crônica. Não me arrisco a dedicar uma nem mesmo a este que me aparece a cada manhã, com seu casaquinho verde e colete amarelo, passarinhando no parapeito. Às vezes tenho a impressão de que tudo que ele faz é para atrair minha atenção e me distrair do trabalho, a dizer que deixe de me afligir com palavras e de me sentir incompleto como se me faltasse uma perna: passe a viver como ele, é tão fácil, basta sacudir as asas e sair voando pela janela.

Chamei-o de amiguinho, e entendo agora por que Jayme Ovalle, que chegou a ficar noivo de uma pomba, dizia que Deus era Poeta, sendo o passarinho o mais perfeito soneto de Sua criação. Com sua única perninha, este é o meu pequenino e sofrido companheiro, a me ensinar que a vida é boa e vale a pena, é possível ser feliz.

Desde então muita coisa aconteceu. Para começar, a comprovação de que não era amiguinho e sim amiguinha - segundo me informou o jardineiro: responsável pelos gerânios e pelo bebedouro, seu Lorival entende de muitas coisas, e também do sexo dos passarinhos.

A prova de que era fêmea estava no companheiro que arranjou e com quem logo começou a aparecer. Este, um pouco maior e mais empombadinho, tomava conta dela, afastando os concorrentes. E os dois ficavam de brincadeira um com o outro, de cá pra lá, ou mesmo de namoro, esfregando as cabecinhas. Às vezes ela se afastava desses afagos, voava em minha direção e se detinha no ar a um metro de minha cabeça, agitando as asas, para em seguida partir feito uma seta janela afora. Não sei o que procurava exprimir com o ritual dessa proeza de colibri. Alguma mensagem de amor, em código de passarinho? Talvez não mais que um recado prosaico, vou ali e volto já.

E assim a Pernetinha, como se tornou conhecida entre os meus amigos – alguns chegaram a conhecê-la pessoalmente –, não passou mais um só dia sem aparecer. Mesmo durante minhas viagens continuou vindo, segundo seu Lourival, que se encarregara de manter cheio o bebedouro na minha ausência.

Só de uns dias para cá deixou de vir. Fiquei apreensivo, pois a última vez que veio foi num dia de chuva, estava toda molhada, as peninhas do peito arrepiadas. Talvez tivesse adoecido. Não sei se passarinho pega gripe ou pneumonia. Segundo me esclareceu Rubem Braga, o sádico, costuma morrer de gato. Ainda mais sendo perneta.

Hoje pela manhã conversei com o jardineiro sobre a minha apreensão: vários dias sem aparecer! Ele tirou o boné, coçou a cabeça, e acabou contando o que vinha escondendo de mim, uma pequena tragédia.

Debaixo do bebedouro fica um prato fundo, de plástico, para aparar a água que os passarinhos deixam respingar – mesmo os bem-educados como a Pernetinha. Numa dessas manhãs, ele a encontrou caída no fundo do prato, as penas presas num resto pegajoso de água com açúcar. Provavelmente perdeu o equilíbrio, tombou ali dentro e não conseguiu mais se desprender com a única perninha.

Compungido, seu Lourival preferiu não me contar nada porque me viu triste com a morte do poeta, também meu amigo.

Naquele mesmo dia."

domingo, 20 de abril de 2008

Premier




Finalmente estou postando nessa parada.
Não postei antes por:
1) Falta de tempo
2) Falta de assunto
3) Falta de memória (nem lembrava mais que tinha entrado pro blog).

Então, cá estou eu. Ainda sofrendo do problema nº 2, é verdade.

Mas vamos lá...
Essa semana estava saindo do trabalho, na Avenida Rio Branco, para tomar um açaí na esquina da Rua Buenos Aires com Rua da Conceição (indico, é o melhor açaí da área).

No caminho, passo pelo Camelódromo. Aquela quizomba: vende-se de tudo, camelô com barraquinha até dentro da rua, malucos saindo de todos os bueiros, etc. Noto, então, uma pequena aglomeração, umas 15 pessoas assistindo a um vídeo numa barraquinha que vendia produtos de crentes e tal. Aquela galera da Universal.

Não quero aqui contestar a religião de ninguém, porém contesto a burrice alheia.

No vídeo que estava sendo atentamente assistido, estava um cara dando seu depoimento. Como passei rápido, apenas escutei uma frase, porém ela foi suficiente para me deixar bolado.

O cidadão lá disse: "Eu achava que as minhas próprias convicções estavam me levando para o lugar correto."

CA-RA-LHO!!! (posso falar palavrão?!)

Como assim?!?!??!?!

Ficou na cara que o indivíduo diria que as convicções dele o levaram para os braços do capeta, e que apenas seguindo as convicções da Igreja ele pôde, enfim, aceitar Jesus em seu coração.

Ali ficou bem caracterizado um processo de lavagem cerebral em andamento no centro comercial do Rio de Janeiro. É isso aí, a gente esquece nossos princípios, pega tudo, amassa e joga no lixo. Afinal, o correto mesmo é aquilo pregado na Igreja. Não siga seus pensamentos, nós te daremos um - meio gasto, é verdade - mas te daremos um. E de brinde, ainda leva um kit de valores morais com o selo de qualidade Bispo Macedo.

O que me deixa mais horrorizado nem é o que ele falou, mas sim a pequena aglomeração formada para escutar as palavras do bucéfalo em questão.

Enfim, "it's herd behavior"!



Um forte abraço,
Luiz Pedro

segunda-feira, 7 de abril de 2008

BINGOOOOOO!

Não importa o país líder, eles sempre serão odiados. É certo que ninguém agrada gregos e troianos, mas o líder do mundo não agrada ninguém.

Egito, Grécia, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha, URSS, EUA, entre outros, já sentiram o sabor de serem odiados por tudo e todos. Agora a vez é da China.

Sua forma única de ver e agir sobre o mundo e todos que dele fazem parte está tirando o sono de muita gente. “Quebremos tudo”, que se “façam boicotes”, “libertem os fracos da tirania dos fortes”, “culpe-os por tudo”, “o mundo seria bem melhor sem eles”, frases todas já ditas em algum momento da história humana. E pra quê? Nada mudou. Sempre haverá um mais forte que hora ou outra tomará o posto de “Donos do Mundo” que geralmente lê-se “líderes do Mundo”. E como tudo que é ruim anda sempre acompanhado, preparemo-nos pra o ódio por tabela.

Somos naturalmente os líderes da América Latina, e sabemos disso hoje em dia não pelo que já foi dito pelos livros de história ou pela nossa posição privilegiada ou também pela nossa diplomacia sempre eficiente, sabemos disso pelo simples fato de todos os nossos vizinhos começarem não a nos odiar, e sim por falar abertamente isso. Já não nos batemos com muitos vizinhos em tempos idos, mas com o grau de civilização que temos, o certo seria unir-nos para um bem maior, não é? Tudo baboseira!

História é o estudo do homem no tempo, e isso serv(e/iria) para nos ensinar a não cometer erros do passado, o que, obviamente, não acontece. Volta ou outra caçamos bruxas, prejulgamos algo, aniquilamos outros, nos armamos até os dentes e investimos na morte como nem ela jamais faria por si mesma. Isso sim deveria ser o famoso “agir como seres humanos”. É a nossa natureza, é a natureza de um grupo de animal que encontra outro da mesma espécie, mas nós fazemos isso melhor do que nenhum outro ser.

Estamos sendo odiados por nossos vizinhos que se autodenominam revolucionários. A palavra revolução tem sentido de girar em torno do próprio eixo, até o ponto de partida coincidir com o ponto de chegada. É dar 360°. É parar no mesmo ponto.

Revolucionários me irritam mais que vegetarianos, pois eles não querem mudança. Eles querem ocupar o lugar do líder para serem o mesmo que o último, mas ao seu próprio modo. E acabará odiado por outros revolucionários que farão o círculo vicioso continuar até não haver o que revolucionar.

O mesmo acontece com África do Sul, Índia, Rússia e a enorme China. Todos eles bolinhas do mesmo bingo que sorteia ao léu os próximos ganhadores desse maldito jogo do poder.

domingo, 6 de abril de 2008

Anos 90

Essa semana vi na cama da minha mãe o almanaque dos anos 70, mas ainda não peguei para dar uma olhada. Durante uma cervejinha com amigos, rolou um "voz e violão" que tocou músicas ploc anos 80. Achei legal e divertido, mas pensei: tudo muito bom, tudo bom demais, mas a minha geração é a dos anos 90... o que marcou a minha geração???

Aí então comecei a pensar quais fatos marcaram a geração anos 90, vou tentar listar alguns antes que eu esqueça! Ao longo do tempo, o que eu for lembrando, vou tentar adicionar novos!

1) Robocop Gay - Mamonas Assassinas
2) Florentina - Tiririca
3) Garçom - Reginaldo Rossi
4) I saw you saying - Raimundos
5) retrato de um Playboy - Gabriel Pensador

Vou tentar lembrar de mais!


quinta-feira, 3 de abril de 2008

A vez das fachadas sustentáveis

Do Blog do Daniel Piza, da Folha de SP.

O arquiteto brasileiro Edson Yabiku, que morou 5 anos em Tóquio e mora há 11 em Londres, desembarcou em São Paulo anteontem e, no trajeto entre o aeroporto de Cumbica e o Copan, a primeira coisa em que reparou foi nas numerosas pichações da cidade. Cidade limpa? Yabiku elogia a iniciativa de reduzir as propagandas e os letreiros das ruas e lojas. Mas esse paranaense de Maringá que trabalha no escritório Norman Foster + Partners – do famoso arquiteto inglês que acaba de assinar o novo aeroporto de Pequim – está em São Paulo para falar sobre a importância muito maior da fachada na arquitetura atual. E o que ele descreve tem raros exemplos na cidade.

Yabiku é um dos participantes do 1º Encontro Nacional sobre Fachadas, fórum organizado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), amanhã e depois de amanhã, no Hotel Renaissance. Foi ele quem sugeriu ao Estado o encontro em frente ao Copan, projetado por Oscar Niemeyer. Ele queria rever o brise-soleil (quebra-sol) que cobre toda a fachada curva do edifício. “O brise-soleil voltou a ser muito usado”, comenta Yabiku, que no momento trabalha no desenho de uma universidade em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, que terá brise-soleil de titânio. A razão está na necessidade atual de construções que economizem energia e carbono.

Na arquitetura americana, diz Yabiku, predominou o arranha-céu que usa uma planta quadrada e obriga boa parte dos ocupantes do prédio a ficar em áreas centrais mal iluminadas e com forte ar-condicionado. Hoje, principalmente na Alemanha, usa-se no máximo uma fachada com 18 metros contínuos de largura para que ninguém fique distante da iluminação natural – caso do prédio do Commerzbank, em Frankfurt, projetado pelo escritório de Norman Foster. A fachada também recebe recortes e reentrâncias que impedem essas regiões mais escuras dentro do ambiente de trabalho. “Num país de pouco sol como a Inglaterra, esse balanço entre luz natural e ar-condicionado é importante até para ter locais de trabalho menos depressivos.”

Curiosamente, Yabiku nota que o Copan, além do mau estado de conservação, tem um problema em seu projeto: como o brise-soleil fixo de concreto fica na horizontal e o prédio tem face voltada para o norte, o sol que incide de manhã cedo a leste e no fim de tarde a oeste bate diretamente no interior dos apartamentos. Além disso, o concreto já não é tão usado por ter cimento, cuja fabricação emite gás carbônico para a atmosfera. É por isso que o desenho de fachadas, segundo Yabiku, é cada vez mais fundamental numa era que preza cada vez mais a sustentabilidade ambiental. A fachada não é mais um cartão de visitas ou a face mais pública de uma obra.

“A fachada é parte integrante da estrutura. Nos trabalhos do escritório, a fachada já é a própria estrutura”, diz, citando outro exemplo, o prédio Swiss Re (hoje não mais pertencente à seguradora), considerado o primeiro arranha-céu ecológico de Londres. É um edifício em forma de projétil que tem muita iluminação e ventilação naturais. Yabiku conta que em Londres foi aprovada regulamentação, conhecida como “Part L”, de 2006, que estabelece limites para a carga térmica de uma construção urbana. O efeito tem sido o uso menos abundante de vidros no revestimento dos edifícios e, quando usados, a adoção do vidro duplo ou triplo.

Para observar alguns exemplos de arquitetura recém-erguida em São Paulo, o Estado levou Yabiku ao cruzamento das Avenidas Nova Faria Lima e Juscelino Kubitschek. Ele não encontrou nada parecido com o que vem sendo feito pelos grandes escritórios de arquitetura mundiais, como aquele em que trabalha ao lado de 1.200 profissionais. Não se vê, por exemplo, o vidro triplo: um sanduíche de vidro complementado por outra camada com intervalo de ventilação. No caso de lugares com muito calor e luz, como as cidades brasileiras, esse tipo de revestimento – com o terceiro vidro no lado mais externo do prédio – seria o mais indicado para reduzir o uso do ar-condicionado.

Yabiku nota também a preferência por vidros escuros, em tons de azul ou verde, e o convencionalismo das estruturas. “Quando o prédio rompe com a forma quadrada, é apenas para acrescentar uma decoração, não algo que tem lógica interna. No nosso escritório questionamos tudo: se vamos usar um volume chanfrado, por exemplo”, diz apontando para um prédio na Nova Faria Lima, “queremos ter um porquê.” Ele também diz que, apesar do custo maior de projetos menos convencionais, há ganhos para quem investe em fachadas sustentáveis. “Prédios que fizemos economizam até 40% em energia, reduzindo custo de manutenção. Além disso, o empreendedor vai ganhar muito ao vender o prédio, que se tornará um marco. O Swiss Re foi vendido pelo triplo do que custou quatro anos antes.”

Seu argumento também tem uma perspectiva histórica. “No passado, quando começaram a fazer piso elevado para poder embutir as fiações, muitos construtores disseram que aquilo encarecia a obra. Depois, como o cliente pedia, todo mundo passou a usar piso elevado. O mesmo vale para o vidro: ninguém mais usa vidro simples. Agora os prédios se voltam para a iluminação natural, o que pede variações de fachadas.” As fachadas, além de limpas, cada vez mais terão a obrigação de ser sustentáveis.

A morte do jornal

Retirado do Blog do Renato Cruz, do Estadão.

No próximo dia 12, um sábado, acontece em São Paulo a segunda edição do NewsCamp, desconferência para discutir "temas relacionados a blogs, jornalismo, mídia digital, mídias sociais, sistemas, ciberjornalismo, monetização, impactos da internet na comunicação em todas as esferas, entre diversos outros temas". Estarei lá, infelizmente só à tarde.

O evento começa às 9h no Espaço Gafanhoto. Uma desconferência não tem hierarquia, palestrantes ou debatedores. As pessoas se reúnem e conversam. A Ceila Santos sugeriu que começássemos a desconferência eletronicamente, sugerindo temas para o encontro. Um assunto interessante é a crise do impresso.

A New Yorker (em inglês) da semana passada traz informações interessantes (e assustadoras) sobre a situação dos jornais nos Estados Unidos:

* Os jornais de capital aberto perderam 42% de seu valor de mercado nos últimos três anos.

* Desde 1990, um quarto de todos os empregos em jornais americanos desapareceu.

* Somente 19% dos americanos com idades entre 18 e 34 dão pelo menos uma olhada num jornal diário.

* A idade média do leitor americano de jornal é 55 anos, com tendência a aumentar.

* Nos Simpsons, o garoto encrenqueiro Nelson assiste a um debate com a participação de "Ron Lehar, jornalista impresso do Washington Post", e diz: "Ha Ha! Seu meio está morrendo!"

Um trecho da matéria:

"Poucos acreditam que os jornais em suas versões impressas vão sobreviver. As empresas jornalísticas perdem anunciantes, leitores, valor de mercado e, em alguns casos, seu senso de missão em um ritmo que não seria nem imaginável há quatro anos. Bill Keller, editor executivo do Times, disse recentemente em um discurso em Londres. 'Nos lugares onde editores e publishers circulam, o clima nos dias atuais é funéreo. Os editores perguntam uns aos outros, Como está você?, naquele tom sombrio usado para amigos que acabaram de sair da reabilitação ou de um divórcio tumultuado.' A palestra de Keller apareceu no site de seu patrocinador, o Guardian, sob o título 'Ainda não está morto'."

quarta-feira, 2 de abril de 2008

"Pior do que a morte...

é a expectativa da própria morte!" - Steven Seagal



terça-feira, 1 de abril de 2008

Free Tibet!

Retirado do Blog do Marcos Cavalvanti

Hoje parei de tomar Coca-Cola.

O motivo? A Coca-Cola é um dos patrocinadores oficiais das Olimpíadas de Pequim. Quem me conhece um pouco sabe que embora eu não seja um fanático pela bebida, normalmente é o que peço quando como fora de casa. É meu protesto pela violência que a China vem cometendo contra o Tibete já há muito tempo! Diante da força espiritual do Dalai Lama e do povo tibetano, a China reagiu com a virulência das armas e da repressão burra e brutal.

Claro que a Coca-Cola não está nem aí para o que eu faço, mas é claro que se todos tomarmos a mesma atitude isto pode provocar uma reação em cadeia que acabe por fazer a multinacional pressionar o governo chinês. Preocupado ele já está. Pela primeira vez na história das Olimpíadas a tocha olímpica foi acendida numa cerimônia secreta, escondida, e o roteiro da tocha não foi divulgado... Tudo para evitar os protestos que começam a crescer em todo o mundo.

Pode parecer ingênuo e utópico, mas na era da internet e das comunidades em rede, gostaria de lembrar o que aconteceu com a gigante Nike, quando foi denunciado o fato de que os tênis vendidos na Europa eram fabricados no Paquistão por crianças em regime de semi-escravidão. A campanha boca-a-boca, clique-a-clique, email-a-email, foi mais eficaz que as gigantescas campanhas de marketing da empresa e afetou tão significativamente as vendas e a imagem da empresa que ela suspendeu a fabricação dos tênis no país e criou uma ONG contra o trabalho infantil, tornando-se uma das campeãs desta luta.

Claro que não faltarão as vozes de sempre para dizer que isto não adianta nada. Que estas campanhas são só para que os que dela participam possam dormir mais tranquilos, achando que "fizeram sua parte"...

De minha parte, fico com a lição que aprendi do poeta Gentileza. Quando questionado do porquê insistia em escrever seus versos nos viadutos da avenida Brasil, mesmo sem ter certeza que as pessoas se tornariam mais gentis por causa disso, o mestre respondeu: "Fazendo isto, de fato, não tenho certeza se as pessoas mudarão. Se não fizer, no entanto, tenho a CERTEZA QUE NÂO MUDARÃO!

Falem com os amigos, divulguem, o Tibete precisa

VAMOS PARAR DE BEBER COCA-COLA!

E SEJAMOS GENTIS...