segunda-feira, 10 de março de 2008

Matar o que não tem vida ou morrer, já que não há vida: eis a questão!

Você sabia que o Supremo Tribunal Federal (STF) é composto de 11 Ministros altamente qualificados, com altíssimo conhecimento filosófico e tudo mais que a função exige, mas que hoje em dia julgam casos como: quem tem direito à galinha quando ela passa de uma propriedade para outra? O dono que a criou e engordou, ou o vizinho que a recebeu de braços e panela abertos?

Pois bem, nessa semana que passou estava por acontecer um fato realmente importante para o Brasil e quem sabe até para o restante do mundo. A Suprema Corte teria algo realmente supremo para julgar. Uma questão de princípios, algo realmente relevante para a sociedade brasileira; não só para religiosos e cientistas, mas para todas as gerações vindouras e necessitados que podem não se beneficiar de tal decisão mas terão a certeza que pessoas num futuro próximo poderão enfim serem salvas graças às pesquisas com células-tronco embrionárias. E se isso não acontecer, pelo menos teremos a certeza que usamos de todos os artifícios de pesquisa para tal fim.

Igreja católica (de novo ela), cientistas, pessoas com algum tipo de doença ou má formação, seus parentes, humanistas, pessoas simples, acadêmicas, enfim, brasileiros que de uma forma ou de outra procuraram saber o andamento do mais importante processo já julgado pela Alta Corte do Brasil. De um lado a Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB) e o seu direito à vida, do outro, cientistas e o... bem, o direito à vida.

Células-tronco já são usadas para cura de certas doenças, transplante de medula óssea para curar a leucemia é um exemplo, não são embrionárias, mas são células-tronco. Não há entrave enquanto à pesquisa com as embrionárias, mas a qualquer momento isso pode mudar, já que o julgamento foi adiado, então sendo assim, é melhor não se investir em pesquisas por enquanto, porque de uma hora para outra o dinheiro poderia ir por água abaixo, e dinheiro sobrando não é bem o que nossos cientistas, empresas e universidades têm. O congresso sim, mas eles não. É melhor investir no Corínthians e no Santa Cruz do que investir nessas pesquisas hoje no Brasil.

Bem, voltando ao “Direito à Vida x Direito à Vida”, acreditasse que a concepção já é em si uma forma de vida, assim como acreditam que o mundo foi criado em seis dias e Eva foi tirada da costela de Adão; já o outro lado acredita que a maior parte dos embriões não vingam, e sendo assim, nada melhor do que dar uma utilidade para eles. A questão é: quando surge a vida?

Na minha modesta visão, já que há um impasse nesta questão, vamos olhar o lado oposto, que já é bem definida: a morte.

No Brasil a morte se dá por morte cerebral, ou seja, quando o cérebro não responde e assim o corpo não reage, há morte cerebral (há várias formas de obter a resposta). Para mim, um ser normal com taxa de triglicerídeos alta, vida sedentária e que adora falar besteira, nada é mais óbvio que o contrário da morte cerebral ser...

Pois bem, chegamos ao meu ponto de vista!

Vida pra mim é quando começa haver atividade cerebral, antes disso é embrião, feto, projeto ou parasita, como queiram.
(Algumas pessoas são esse último item, e mesmo com capacidade plena continuam parasitas, e que minha mãe não leia isso para meu bem)

O ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que é membro da União dos Juristas Católicos do Rio de Janeiro, pediu vista do processo por tempo indeterminado. Um direito dele que nega esperança às pessoas que queriam uma resposta, seja positiva ou negativa. Claro que face ao assunto ele tem suas conclusões, já que é adepto do pensamento da CNBB.

Mas quem sabe o ministro e eu temos algo em comum. Pode ser que assim como eu, ele ache que o assunto sobre células-tronco seja (desculpe a piada infame) algo sem pé nem cabeça, e que – desta vez diferente de mim – a questão da galinha do vizinho seja algo mais relevante à sua condição de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

3 comentários:

Venus in Furs disse...

Pra mim, a síntese dessa discussão é simples: "O que veio primeiro: o ovo ou a galinha?"

Anônimo disse...

o.O

Fred anda agora a me deixar sem saber oq escrever.
Porque ele andou polemizando desde o diário danadinho (www.fotolog.com/freddelgado). Mas, essa polêmica é mesmo uma POLÊMICA, num é?!

E, pow, devo dizer que você escreve bem, querido?!
Hum?!
Deixo agora para que você escolha os elogios...tenho tantos a te fazer.

*Nosso Cód. Civil é expresso em dizer onde começa a vida humana, leia-se, "a partir do nascimento com vida". Embora, a lei ponha à salvo os direitos do nascituro.(a partir da concepção? fecundação?)
Sou totally a favor dessa questão que um dia, depois dos ovos ou da galinha, será votada pelo STF.
Mas, como você disse, Fred, o importante já é versar a respeito dela. Porque debater, discutir (sem o danado do exercício arbitrário das próprias razões) exercita a soberania que é nossa e não dessa minoria parasitária.

Adoro pensar pelo teu ângulo.
Obrigada por permitir-me isso!

Bjão, querido!

Danilo disse...

Vc escreve bem, mas escreve muito... não tenho saco pra ler tudo não... heheheh